Uma jovem de 24 anos, Larissa Gabrielli dos Reis, morreu horas após dar à luz no Hospital Padre Albino, em Catanduva (SP), vítima de um erro grave na administração de medicamentos. A técnica de enfermagem e duas auxiliares de farmácia foram indiciadas por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. O caso, que chocou a cidade, ocorreu no dia 30 de abril do ano passado, mas só agora veio à tona com a conclusão do inquérito policial.
Larissa passou por uma cesárea e, após o parto, mãe e bebê estavam em condições normais. No entanto, pouco tempo depois, a jovem começou a sentir fortes dores no peito e falta de ar. A técnica de enfermagem, que aplicou três medicamentos na paciente, afirmou que a reação era normal. Mas a situação se agravou rapidamente: Larissa convulsionou e, quando o médico que acompanhou seu pré-natal retornou ao hospital, ela já estava morta.
O médico constatou que uma ampola de noradrenalina, medicamento não indicado para o pós-parto, foi aplicada erroneamente. Em depoimento, ele afirmou que não havia prescrito a substância. A técnica de enfermagem negou ter aplicado o remédio, mas o laudo necroscópico confirmou que a noradrenalina foi injetada em Larissa. A investigação apontou que houve falhas desde a separação do medicamento até a falta de conferência por parte da equipe.
Áudios obtidos pela polícia revelaram que profissionais do hospital admitiram a negligência. O delegado responsável pelo caso, Amauri César Pelarin, concluiu o inquérito em dezembro de 2023, e o processo agora segue para o Ministério Público, que decidirá se denunciará as três envolvidas. Enquanto isso, as acusadas continuam em liberdade.
O filho de Larissa, hoje com dez meses, está saudável e sob os cuidados do pai. O Hospital Padre Albino, questionado sobre a situação das funcionárias, não se manifestou, alegando sigilo do caso, que tramita sob segredo de Justiça.
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